Talvez este número de apelações de origem legada ao vinho Beaujolais surpreenda o leitor aqui no Brasil, mas há muito mais a ser descoberto, do que o ligeiro, jovial e festivo Beaujolais Nouveau, um símbolo comemorativo do início da vindima na França, já que é o primeiro vinho que fica pronto -logo após a colheita- sendo lançado já no mês de novembro.
Em Beaujolais existem nada menos do que 12 A.O.P. sendo duas genéricas, A.O.P. Beaujolais e A.O.P. Beaujolais Villages e outras 10 apelações, as A.O.P. dos Crus de Beaujolais.
As 10 apelações de origem dos Crus de Beaujolais |
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A.O.P. Julienás A.O.P. Saint-Amour A.O.P. Chénas A.O.P. Moulin à Vent A.O.P. Fleurie A.O.P. Chiroubles A.O.P. Régnié A.O.P. Morgon A.O.P. Côte de Brouilly A.O.P. Brouilly |
Na França as regiões quando regulamentadas, como apelações de origem, controladas ou protegidas, chamam-se A.O.C. “appellation d’origine contrôlée” que é utilizada dentro de território francês ou A.O.P ‘appellation d’origine protégée” onde a proteção se estende dentre todos os países europeus. |
Mapas do vinho para entender melhor a região,
já estão disponíveis AQUI na revista Eno Estilo.
A fascinante descoberta, repletas de vinhedos íngrimes -os mais íngrimes da França- revela uma infinidade de solos, muito além do granítico, cerca de 150 Châteaux, a maioria em arquitetura de castelos, uma paisagem envolvente, nos moldes toscanos e pequenas regiões, que surpreendem revelando a preciosidade de uma uva, que a princípio poderia parecer apenas singela e comemorativa da safra do ano, do vinho francês. A colheita na Europa ocorre por volta do mês de outubro, com ligeiras variações de acordo com as alterações climáticas.
Dentre as uvas, a grande estrela desta façanha é a uva tinta Gamay, oriunda do cruzamento da muito conhecida uva Pinot Noir e da pouco conhecida uva Gouais. Outra casta cultivada na região é a uva branca Chardonnay, que oferece cerca de 2% dos vinhos elaborados em Beaujolais, cota dos vinhos brancos da região.
Dentre as 10 apelações de origem dos Crus, encontramos vinhos de ótima longevidade, que podem chegar aos 20 anos de guarda, ou até ultrapassá-los, vinhos elegantes e refinados por um lado e vinhos vigorosos e de presença marcante, por outro.
Sim… Beaujolais tem uma incrível diversidade, fruto de seus surpreendentes terroirs.
Estive a convite do Inter Beaujolais, órgão que representa os produtores de vinhos de Beaujolais, em treinamento oferecido para importadoras e jornalistas.
O treinamento foi organizado por Raphael Allemand da EOC International que representa o Inter Beaujolais aqui no Brasil. O Diretor de Marketing e Comunicação da Inter Beaujolais Anthony Collet veio exclusivamente para ministrar as formações em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Crédito da foto: Mariana Farah
Muito interessante observar um pouco das características de cada região, e a expressão dos vinhos, suas diferenças, descobrindo em algumas das regiões a força dos taninos, tanto em presença refinada como em presença mais ousada e marcante.
Vinhos degustados da região de Beaujolais
Crédito da foto: Mariana Farah
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Beaujolais Pasquier Desvignes 2014
A.O.P. Beaujolais -
Beaujolais Abel Pinchard 2014
A.O.P. Beaujolais -
Beaujolais Villages La Cave d’Augustin Florent 2011
A.O.P. BeaujolaisVillagesCrus de Beaujolais
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Domaine des Vignes du Puits
A.O.P. Saint Amour -
Beaujolais Villages Domaine de la Chanaise 2012
A.O.P. Morgon -
Brouilly Comte de Monspey 2013
A.O.P. Brouilly -
Moulin-a-Vent – Domaine Les Gryphées 2012
A.O.P. Moulin-a-Vent -
Morgon Côte du Py 2013 – Dominique Piron
A.O.P Morgon
Os meus vinhos destaques terão suas análises publicadas nos próximos dias, no banco de vinhos analisados da revista Eno Estilo.
Caminhar pelas 12 regiões descobrindo seus vinhos e suas nuances, certamente é uma façanha tentadora e fascinante.
por Camila H. Coletti
Editora da revista
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