Com a presença constante da brisa do mar, os vinhedos da vinícola Garcés Silva entregam-se intensamente às estações do ano.
Localizados a cerca de 14 km do oceano Pacífico, no Valle de Leyda em San Antonio, Chile, os vinhedos primam por captar a influência da Corrente de Humboldt. Vinda do Pacífico a corrente atua proporcionando uma brisa fresca eliminando o excesso de umidade do ar e mantendo as temperaturas amenas. Na região, o verão tem no máximo 24º.
Um dos segredos da expressão deste “terroir” é exatamente a baixa amplitude térmica. Ela proporciona a maturação lenta dos polifenóis da uva. Influência indiscutível no resultado final do vinho.
O solo também entra com sua cota de surpresas, com uma diversidade de rochas graníticas associadas às argilas de diversas constituições, o que enriquece a oferta de diversas substâncias com resultados para a videira.
Não conheço a região, mas imagino que dependendo de como se configure, com o tempo, poderia ser possível pela diversidade do solo e condições climáticas, o estabelecimento de “climats”, aos moldes do que ocorre de na “Bourgogne”, França. Será assim? Veremos no futuro.
Expressões em taça da Garcés Silva
Nestas diferenciadas condições e sob os cuidados atentos do enólogo Diego Rivera nascem os vinhos da linha Amayna e da nova linha Boya da Garcés Silva.
A Amayna com diversas premiações, ostenta pontuações altíssimas dos críticos internacionais. A Boya tem uma proposta de vinhos mais jovens, frescos porém com uma forte expressividade e boa referência ao “terroir”.
Os vinhos Amayna da uva Sauvignon Blanc revelam-se com intensidade e recompensam com exuberância, seu momento com a taça. Leia as minhas impressões sobre o Sauvignon Blanc da safra 2014 AQUI.
Os Pinot Noirs revelam-se com alguns traços do novo mundo e encantam pela elegância com que se expressam.
Um Sauvignon Blanc estagiado em barris de carvalho aponta um inusitado e exótico caminho para a uva. A Sauvignon Blanc se mostra mestra em captar nuances da madeira. Lembra os aromas de alguns destilados, sem perder o poder cítrico que ela aporta, resultando em mescla envolvente. Leia todos os detalhes e impressões sobre o vinho AQUI.
Da nova linha Boya tanto o Chardonnay como o Syrah confirmam boa tipicidade da uva. Traçam descobertas no terroir chileno de Leyda. Revelações devem vir a cada safra em ambas as linhas, para a família Garcés Silva.
No futuro, safra após safra, quando, para cada uma destas uvas já estiver bem conhecida, a expressão no “terroir” local, com suas particularidades, a cada lote de terra, nós teremos nas linhas Amayna e na Boya seus fiéis precursores, na representabilidade e registro desta história.
O Chile é um paraíso vinícola para o futuro traçar surpresas e registros históricos que ficarão para os estudos e o deleite dos apreciadores de vinhos.
Degustei alguns exemplares e safras dos vinhos da Garcés Silva a convite da equipe da Mistral em jantar privé com a presença da produtora Maria Paz Garcés Silva, do enólogo Diego Rivera e do empresário Ciro Lilla. No Figueira Rubaiyat em 04 de outubro de 2016.
por Camila H. Coletti
Editora, escritora, sommelière ABS-SP | ASI
Master Level Provence | CIVP
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